"A destruição da costa não se explica com o financiamento partidário, mas com o enriquecimento ilícito de políticos e funcionários",
Maria José Morgado, SOL, 21/03/2009
Nos dias de hoje, ainda existem líderes políticos que não compreendem que na sociedade existem concepções e conceitos diferentes ligados à visão do mundo, existente em cada área social e política, e que não se tratam de planos secretos “dos outros” que procuram obstaculizar a sua não-acção quando se manifestam opiniões e posições diferentes, relativas aos assuntos em debate.
A intervenção do presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Jorge Barroso (JB), na sessão camarária de 9 de Março de 2009, é claramente desculpabilizante e a utilização da velha e doentia lógica de que “os culpados são os outros” e a ideia de que “quem pensar diferente é inimigo” é o corolário da sua própria incompetência.
Dos 15 anos de JB, é sobejamente conhecida: a aceitação acrítica de ideias vindas de fora; a não elaboração de novas propostas; a inexistência de estratégia e táctica para as pôr em movimento; a incompetência na acção que promove a desorientação, a arrogância, a surdez face a opiniões diferentes consubstancia a cegueira de quem já está a mais na vida pública e que deixará ao fim de dezasseis anos de poder autárquico como herança a desertificação, o betão, a desorganização urbanística, os atentados ecológicos feitos e que se procuram aprofundar.
Dezasseis anos de inércia, incompetência, falta de qualidade, a prática da baixa política, vide a “compra” dos dois vereadores, resultado de não saber trabalhar em minoria, mostram que o tempo “MonteBarroso” está esgotado.
Na Nazaré, não houve desenvolvimento, mas apenas crescimento do betão!
Como não nos cansaremos de afirmar, tal não , betãopermitiu o aparecimento de emprego (vide o número de imigrantes nestes últimos anos e o crescimento exponencial de nazarenos nas marinhas mercantes estrangeiras).
O que permitiu, sim, foi o aparecimento de algumas fortunas de empreiteiros e não só, próximos do poder (apoio a candidaturas e não só).
Estranhamos que, na linha da afirmação do ex-vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, “onde há muita construção, há corrupção”, na Nazaré, as malhas estejam tão largas e nem só um caso tenha sido detectado! “Bendita terra”, diriam os crentes.
Em que é que JB se tem mostrado diferente da parte final de Luís Monterroso?
P’la Direcção
Associação de Defesa da Nazaré